Dead Daisies
No dia 4 de Dezembro, os Dead Daisies actuaram pela segunda vez em Portugal, e pela segunda vez eu os fui ver. A primeira vez foi em Julho, no Legends of Rock (Oeiras), em que abriram para os Scorpions e deixaram bem claro que não fazem nada que seja inferior a fantástico!
Sou fã da banda, com todo o som e estilo Hard Rock que tanto gosto, e sou fã do seu baterista, Deen Castronovo.
Pelos Dead Daisies já passaram vários nomes, sendo a actual formação composta por Doug Aldrich (Whitesnake, Dio), John Corabi (Mötley Crüe/The Scream), Marco Mendoza (Thin Lizzy/Whitesnake), Deen Castronovo (Journey, Bad English, Revolution Saints) e David Lowy (Red Phoenix/Mink).

Depois de ter visto a primeira actuação da banda, ao vivo, no nosso país, a expectativa para este segundo concerto era enorme, até porque o espaço era bem mais pequeno e estava anunciado um Meet & Greet acompanhado de concerto acústico, para os primeiros 50 fãs a chegarem ao Lisboa ao Vivo. Escusado será dizer que eu fui a quarta fã a chegar.
E eis que chega a hora de receber a pulseira Daisyland, que dava acesso ao espaço. À entrada, o espaço do merchandising era demasiado apelativo para passar despercebido, mas naquele momento o que mais chamou a atenção, foi o palco do concerto acústico, montado na plateia... o que já revelava alguma proximidade com o público. Fomos ocupando o espaço, e enquanto esperávamos pela tão aguardada chegada dos músicos, íamos falando com amigos e conhecidos que sempre encontramos nestes eventos - afinal, pertencemos à Old School que mantém a chama do Rock acesa.

É então que a banda surge, cada um dos seus membros a sair por detrás de uma cortina do lado direito do palco. E o que se seguiu foi um momento mágico, inesperado, de uma grandeza enorme, que a mim me deixou arrepiada (e ainda o faz só de me lembrar) - um a um, os cinco músicos cumprimentaram pessoalmente cada um dos fãs que estava na sala. Beijos e apertos de mão, acompanhados de um "Thank you for coming", deixaram incrédula uma sala que se tornou demasiado pequena para tão grande demonstração de humildade. Foi um momento lindo, emocional, com muito significado e que, por muitos anos que eu viva, nunca esquecerei. Por momentos, quase parecia que as estrelas, os ídolos éramos nós, que ali estávamos para ver aqueles que tanto admiramos. E que tão merecedores da nossa admiração se revelaram!
Durante 30 minutos fomos agraciados com um concerto acústico, onde a banda se mostrou muito próxima do público, numa interacção constante. Seguiu-se o Meet & Greet e a segunda surpresa da noite. Os cinco músicos posicionaram-se em pontos diferentes da sala, totalmente disponíveis para receberem os fãs, conversarem, darem autógrafos, tirarem fotos e até receberem presentes. Tudo isto, enquanto membros do staff iam distribuindo posters e autocolantes da banda.
Aproximando-se da hora do concerto, e com os músicos já no backstage, a sala foi aberta a quem esperava no exterior.
A noite iniciou-se com uma brutal prestação dos Ibéria, que nos aqueceu com o seu som pesado e a voz potente de Hugo Soares. Com a parafernália de instrumentos dos Dead Daisies já montada mais atrás, o palco mostrou-se pequeno para a garra da banda, onde David Sequeira, que quase não se via atrás da bateria, revelava um entusiasmo contagiante. Os Ibéria contaram ainda com a participação do teclista Rui Gonçalves. O público, que sabia todas as músicas, cantava em uníssono de braços bem no ar. O alinhamento escolhido pela banda portuguesa foi:
Memoirs (intro) / Sanctuary of Dreams / No Pride / All Night Flying / She Devil / End of days / Angel / Unfaithful Guitars / Hollywood

E o momento mais aguardado da noite chegou, com Deen Castronovo a entrar em palco, às escuras, iluminando o público com uma lanterna. Era a segunda vez daquela noite, que a banda entregava o protagonismo a quem ali estava para os ver e ouvir. E o que se seguiu foram duas horas do melhor Hard Rock que é feito actualmente, a fazer relembrar os anos em que este estilo de música enchia estádios de Alvalade, Restelo, ou salas como o Dramático de Cascais. Performance irrepreensível de todos os músicos, que revelavam uma simpatia e proximidade únicas para com a plateia. Convém não esquecer que estamos a falar de malta que vimos ao lado de Dio ou David Coverdale!
Se a plateia não parou um segundo nem se calou, acompanhando todas as músicas e respondendo a todos os desafios de Corabi, a verdade é que nenhum do músicos demonstrou cansaço, revelando uma energia contagiante.
Ao fim de um alinhamento de 23 músicas, chegámos ao fim com vontade de mais.
Entrámos fãs e saímos protagonistas de um acontecimento memorável e inesquecível.

Rosa Soares (Rocky Rose)