"Mouth In The South" -  De Manchester para o Sótão

03-06-2018

Os "Mouth In The South" nasceram em Março de 2016. Inspirados pelas grandes bandas de hard rock dos anos 70 e 80, a banda cria o seu próprio estilo, caracterizado por grandes riffs de guitarra, agudos vocais e solos de baixo e bateria. A sua formação original contava com  Piers Gebbia na guitarra e voz, Ashli Thorne na guitarra, Billy Bogan no baixo e Matt Ahern na bateria.

Nascidos em Manchester, cidade com um legado musical único e incontornável, foi em "casa" que deram o seu primeiro concerto, na conhecida sala de espectáculos "Rebellion", seguindo-se outros em espaços bem conhecidos da cidade, tais como, Club Zoo, FAC51 ou Manchester Academy.

Pouco tempo depois, Matt Ahern deixa a banda por motivos pessoais, e a bateria passa a ser ocupada por Brian Heron.

O primeiro EP dos Mouth In The South, "Four Play" é lançado em Abril de 2017. Composto por cinco temas originais, é bem recebido no Reino Unido, Suiça e Estados Unidos da América, onde toca em vários programas de rádio.

Após o lançamento do EP, Billy Bogan sai da banda e o lugar do baixo é ocupado por Chris 'Chidi' Slater, que traz uma nova energia, com o seu baixo forte e destemido.

Estas mudanças de line-up, levam a banda de volta ao estúdio para gravar um novo EP, "Aftershock", que será lançado no próximo dia 21 de Junho, mas do qual já se pode ouvir o primeiro single, "Live To Rock".

Com a banda ainda em estúdio e para conhecer melhor os Mouth In The South, estive à conversa com o seu guitarrista, Ashli:

RA - Como surgiram os Mouth In The South? Os membros fundadores já se conheciam?

MITS - A banda surgiu comigo, o Pierce e o Billy a beber e tocar juntos no meu apartamento. O tipo que vivia no andar de cima, um dia bateu-nos à porta a pedir para tocarmos mais baixo, mas também disse que éramos muito bons e perguntou se dávamos concertos... e nós pensámos "porque não procurar um baterista e formar uma banda". Eu e o Pierce já nos conhecemos há mais de 10 anos e o Billy (baixista fundador) era meu colega de trabalho.

RA - Quais são as vossas principais influências musicais (sei que o Pierce é fã de Judas Priest e Inglorious)?

MITS - Nós temos um vasto leque de influências, mas o mais relevante para a banda será a paixão que partilhamos pelo rock dos anos 70 e 80. Led Zeppelin, Whitesnake, Aerosmith e Judas Priest são grandes influências, assim como Iron Maiden, Mr. Big e bandas como Saxxon e Extreme. São bandas que eu e o Pierce costumávamos ouvir em conjunto. Inglorious é uma banda que conhecemos já depois de termos O Mouth In The South, mas são tão similares ao que nós queremos alcançar e deram-nos a esperança de que o lado mais clássico do Rock ainda está vivo, que nos apaixonámos por eles.

RA - Apesar de serem uma banda recente, a vossa formação inicial já não é a mesma. Quais são as mais valias que o Brian Heron e o Chris 'Chidi' Slater trouxeram à banda?

MITS - Pois, eu e o Pierce dissemos muitas vezes que somos a banda mais azarada que conhecemos. Matt (baterista fundador) decidiu que isto não era para ele e deixou-nos durante o primeiro ano e Billy tinha questões pessoais que o levaram a sair no lançamento do nosso primeiro EP. Brian e Chidi são excelentes, têm os dois o mesmo entusiasmo que eu e o Pierce, o que faz com que, imediatamente, sintas a diferença quando estás a escrever e a tocar. Ambos têm imenso talento: o Brian é mais velho que os outros e tocou noutras banda antes, pelo que tem imensa experiência, e conhecemos o Chidi no lançamento do EP da sua banda anterior. Ficámos muito impressionados com ele, e quando surgiu a necessidade de um baixista pensámos imediatamente nele. Ele traz imensa energia para os espectáculos ao vivo.

RA - Têm em mãos um novo trabalho. Vamos ouvir algo semelhante ao primeiro EP ou estão a preparar algo diferente?

MITS - O novo EP é similar mas definitivamente mais refinado. O primeiro EP foi gravado quando ainda só tínhamos um ano de banda, pelo que ainda estávamos à procura do nosso som e a "juntar" as nossas influências. Por isso tem muitas misturas de metal, rock e funk, o que faz com que algumas faixas parecem muito diferentes das outras e não fluem tão bem como deveria ser num EP. O novo EP resolve esse problema, ainda tem muito groove, o que foi algo que as pessoas gostaram no trabalho anterior, mas é um registo mais coerente, cheio de riffs e ganchos cativantes, assim como de solos e vocais de rock clássico.

RA - Têm planos para a vossa internacionalização? Concertos fora do Reino Unido?

MITS - Conversámos sobre planos para tocar fora do Reino Unido, tivemos convites para tocar em vários locais como Noruega, Itália, Portugal, EUA, Alemanha, etc. Também tocámos na rádio em diversos países, o que é sempre uma sensação fantástica. É preciso um grande planeamento para esse tipo de espectáculos, mas temos uma lista de locais onde queremos tocar no próximo ano.

RA - Quais são as maiores críticas ao vosso trabalho?

MITS - Na verdade, não tivemos muitas críticas (que tenhamos ouvido). As pessoas são, habitualmente, demasiado simpáticas para nos dizerem qualquer coisa negativa na cara, pelo que às vezes é difícil saber o que realmente pensam. Ouvimos dizer que soamos muito a anos 80, o que supostamente é uma crítica, mas considerando as nossas influências, é uma honra! Tivemos alguns concertos maus, os quais actuámos com algumas bandas de death metal e indie, onde foi impossível ter qualquer interacção com a audiência. Penso que haverá sempre quem não goste do nosso género e estilo vocal, mas as pessoas que gostarem da época de ouro do rock serão sempre muito elogiosas e é para esse tipo de pessoas que nós tocamos.

RA - Como se definem enquanto banda?

MITS - Há uma frase numa canção dos Aerosmith, "Rag Doll" que diz "try and tell me of an old dream, a new version of the old scene" ("tenta contar-me uma nova versão de um sonho antigo" - tradução livre). Julgo que nos resume muito bem, os Grandes estão todos a ficar velhos e actuam menos ou, infelizmente partem, e para além dos brilhantes Inglorious, não há muitas bandas a preencherem esse vazio. Somos definitivamente uma nova versão da cena antiga e temos orgulho nisso.

RA - Como vêem o vosso futuro?

MITS - Num mundo perfeito, iriamos eventualmente, tocar em Arenas e Festivais! Ainda somos uma banda muito jovem, mas julgo que esse tipo de recintos será perfeito para o que fazemos. Para o futuro próximo, temos um EP para lançar com um vídeo promocional e concertos agendados para os próximos meses, pelo que será um ano excitante e veremos o que acontecerá. 

Muito obrigada Ashli e Mouth In The South!

Rosa Soares (Rocky Rose)


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